Provisório :: Temporary

 

 

O contentor com as nossas coisas ainda não chegou, o que significa que viemos morar para uma casa vazia. Há três anos, em Inglaterra, aconteceu precisamente o mesmo: duas semanas numa casa gelada no meio do campo, sem carro, sem sofás, a dormir em colchões no chão.
Houve, pois, que comprar o básico. Mas como não sei quantas vezes iremos passar por isto, tenho grande relutância em estar a comprar constantemente as mesmas coisas. Se tenho mesmo de comprar, ao menos que compre coisas (baratas) com algum interesse, que mais tarde possam vir a ser utilizadas noutros contextos.
Não deu para fugir ao essencial: colchões, um berço de campanha, lençóis e toalhas de banho. Mas, na altura de comprar equipamento de cozinha, em vez de me dirigir ao supermercado mais próximo (não há Ikea na NZ), entrei em todas as lojas de caridade e velharias por que passei.
Os meus critérios foram barato e interessante. Barato a ponto de não pensar duas vezes antes de comprar; interessante de forma a que, mais tarde, tudo isto possa vir a ser usado nas nossas produções fotográficas caseiras, em festas de jardim, picnics, enfim.
Claro que nem tudo o que estamos a utilizar é em segunda-mão… o Tiago, apesar de ser uma pessoa extraordinária, às vezes tem pouca paciência para estas minhas idiossincrasias… quando se apercebeu de que eu me tinha esquecido de comprar facas e garfos (não me esqueci propriamente… mas tudo o que encontrei era feio ou caro), não hesitou em ir comprá-los ao supermercado.
Our container hasn’t arrived yet, which means that we came to live in a totally empty house. We went through the exact same thing three years ago in England: two weeks in a freezing house in the middle of nowhere, no car, no sofas, just two mattresses on the floor.
 
So we were forced to buy some basics. But because I don’t know how many times we’ll be in this position, I am extremely reluctant to keep buying the same things over and over again. If I really must buy, at least I want (cheap) things with some interest that will work in different contexts later on.
 
We couldn’t help spending money on essentials like mattresses, a portable cot, sheets and towels. But as far as kitchen kit goes, instead of heading over to the local supermarket (bearing in mind that there’s no Ikea in NZ) I went inside every single charity shop and junk shop I stumbled upon.
 
My criteria was cheap and interesting. Cheap to the point of buying it without giving it a second thought; interesting so everything can be used in our homemade photo shoots, in garden parties, picnics, etc.
 
Of course not everything we’ve been using is second hand… Tiago, albeit being an extraordinary person, sometimes is a little impatient in regard to my little extravagances… when he realised I had forgotten to buy knives and forks (I didn’t really forget… they were just either ugly or expensive) he went down to the nearest supermarket and bought a whole set of them.

(photos: Constança Cabral)