
Falo muito em lojas de caridade e já várias pessoas me pediram para escrever sobre o assunto. As lojas de caridade que frequento aqui em Inglaterra são espaços comerciais geridos por uma instituição de caridade (há dúzias e dúzias de obras de caridade diferentes), que vendem produtos em segunda mão e onde trabalham voluntários. São lojas em ruas normais (não pensem que se localizam em becos escondidos), onde se encontra tudo desde roupa, sapatos, livros, loiças, brinquedos, tecidos… tudo a preços baratíssimos. Algumas lojas tambem vendem móveis e outras são especializadas num só produto (as minhas preferidas são as livrarias). Vivem de doações, usufruem de muitos benefícios fiscais e todo o lucro vai para a obra de caridade a que a loja pertence. A meu ver, são instituições extraordinárias porque todas as entidades envolvidas ganham com elas. O cidadão comum tem um sítio onde deixar aquilo que já não quer ou de que já não precisa, em vez de deitar tudo para o lixo; os clientes das lojas de caridade têm acesso a uma panóplia enorme de coisas, desde roupa da estação passada até loiça com mais de 50 anos, passando por livros, discos, etc.; as obras de caridade têm rendimentos alternativos às doações em dinheiro (mais informações
aqui).
I keep mentioning charity shops and several people have asked me to write about them. The charity shops I frequent here in England are retail outlets run by parent charities (there are dozens and dozens of them) that sell second-hand goods and that are staffed by volunteers. Most of them are located in the high street and there you’ll find things like clothes, shoes, books, crockery, toys, fabrics… all sold very cheaply. Some shops also sell furniture and others are specialised in particular products (my favourite ones are charity bookshops). Almost all stock is donated, they get various tax concessions and the profit goes to the parent charity. As far as I’m concerned, they are quite extraordinary because everyone involved wins something. The average person has a place to leave their unwanted things instead of throwing them away; the customers have access to a myriad of things like last season’s clothes, 50-year-old crockery, books, music, etc.; charities have an alternative revenue stream to money donations (more information here).

Como é óbvio, estas lojas estão repletas de tralha. Mas, se uma pessoa for atenta e persistente, consegue lá descobrir muitos tesouros. Tudo depende da paciência e dos interesses de cada um. Eu, por exemplo, quando entro nestas lojas vou directa aos livros, depois espreito as loiças e a roupa de corpo e de casa (sempre em busca de tecidos bons). Por vezes é entrada por saída, mas em certas dias posso passar horas a folhear livros (sempre arrumados por temas). Tudo o que aparece na imagem aqui em cima veio de lojas de caridade, incluindo a mesa, e é uma boa amostra daquilo que me interessa. Há quem goste de comprar roupa, chávenas de chá, puzzles, chapéus…
Of course these shops are full of junk. But there are also treasures to be found, provided that you are attentive and persistent. It all depends of one’s patience and interests. Take me, for example: when I enter these shops I go straight to the bookshelves, then I take a look at the bric-à-brac section and I browse the clothes and household rails (always in search of good fabrics). Sometimes it only takes me two minutes but on certain days I can spend hours looking at books (always sorted out by themes). Everything in the picture above has come from charity shops, table included, and is a good sample of which things interest me. Some people enjoy buying clothes, teacups, puzzles, hats…
E como quero que tirem algum proveito destas minhas incursões, comprei um livro para sortear. O título é The Real Book of Making Dolls and Dolls’ Clothes e foi publicado em 1959. O sorteio estará aberto até domingo; para participar, basta deixar um comentário a este post.
And because I want you to benefit from my excursions, I bought this book to give away. The title is ‘The Real Book of Making Dolls and Dolls’ Clothes’ and it was published in 1959. To enter the giveaway just leave a comment below; I’ll draw a winner next Sunday.
(photos: Constança Cabral)