The Voice of Experience – Let’s Discuss!

27/100

[scroll down for English]

Não sei se já conhecem este vídeo. O facto de fazer parte de uma campanha publicitária (bastante subtil) de uma marca de produtos de beleza não me incomoda minimamente — acho que a mensagem que o vídeo faz passar é importante e vale a pena ser discutida pelas mulheres de hoje.

Pois foi isso mesmo que fizemos no mais recente episódio do podcast Anita no Trabalho (ouçam-no aqui). A Billy e a Eli têm-me convidado para colaborar em alguns episódios e fico bastante contente e grata por ter esta oportunidade para discutir assuntos femininos (e outros universais) com duas pessoas tão inteligentes e interessantes.

Aqui ficam os episódios em que participei até à data:

Como sempre, queremos ouvir a vossa perspectiva. Deixem-nos um comentário e vamos continuar a conversa!

***

Billy and Eli, the clever women behind the Portuguese podcast Anita no Trabalho (a podcast about female entrepreneurism) have been inviting me to take part in their conversations on a semi-regular basis.

The latest episode is based on this video above — have you ever watched it? The fact that it’s part of a (rather subtle) ad campaign for a beauty and well-being brand doesn’t detract a bit from its message, in my opinion. It’s an important subject that should be discussed by modern women — and that’s precisely what we’ve done in the most recent episode of the podcast.

If you are familiar with Portuguese, you can take a listen here. Even if you can’t listen to the podcast, I’d love to read your thoughts about this short video. Please leave a comment below and let’s keep talking! 

Vintage Children’s Books about Dolls

vintage children's book about dolls

25/100

[scroll down for English]

Porque ontem foi o Dia Internacional do Livro Infantil, e porque a minha cabeça e as minhas mãos têm andado ocupadas com bonecas, aqui ficam algumas fotografias de livros antigos infantis sobre bonecos. Estes livros fascinam-me e inspiram-me imenso. Espero que gostem!

***

Because yesterday was International Children’s Book Day, and because my brain and my hands have been focused on doll making, here are a few pictures of vintage children’s books about dolls. I find these books endlessly fascinating and inspiring. Enjoy!

Flow Book for Paper Lovers

24/100

[scroll down for English]

Na semana passada, o Rodrigo e eu tivemos de ir a Auckland renovar os nossos passaportes. No aeroporto comprei este caderno Flow Book for Paper Lovers e estou encantada com ele. É uma edição especial da revista Flow e foi lançado no final de 2016, mas estas coisas chegam sempre à Nova Zelândia com alguns meses de atraso.

É um volume bastante grosso e, quando pego nele e lhe sinto o peso e a irregularidade da lombada, sinto-me transportada para outra dimensão, para um imaginário diferente… para um mundo analógico, talvez. Não que este caderno puxe excessivamente ao vintage, não é isso. Faz-me, sim, recordar um mundo sem distracções digitais, uma altura em que eu era muito mais nova e me deliciava com papel de carta, cadernos escolares, papel de lustro, livros forrados, etiquetas autocolantes, envelopes e papéis diários com diversas gramagens e texturas.

Já comecei a pô-lo a uso (escrevi uma carta com várias páginas a uma amiga) e sei que me irei divertir bastante com ele. Que boa descoberta!

***

Last week Rodrigo and I had to fly to Auckland in order to get our passports renewed. At the airport I stumbled upon this Flow Book for Paper Lovers and I’m smitten with it. It’s one of Flow magazine’s special editions and it came out at the end of 2016, but these things usually arrive in New Zealand with a few months’ delay.

It’s a thick volume and when I have it in my hands and feel its weight and the irregularity of its spine, I feel transported to another dimension… to an analog world, I guess. Not that this book plays the vintage card too much, it’s not that. It just makes me remember a world without any digital distractions, a time when I was a young girl who absolutely loved writing paper, school notebooks, books covered in colourful contact paper, name tags, envelopes and daily papers with different weights and textures.

I’ve already started using this book (I wrote a long letter to a friend) and I know I’m going to have lots of fun playing with it. What a lovely discovery!

Encarnado e Azul :: Red and Blue

Acabei de descobrir estas fotografias tiradas pelo Tiago há um mês. Para além de gostar de ver o que se passa quando fico fechada em casa a trabalhar, de me perguntar de quem eram aqueles sapatos e de reparar que o nariz do Rodrigo estava a precisar de ser assoado, dei por mim a pensar: gosto muito de riscas. E encarnado com azul é uma combinação mesmo gira.
I just discovered these pictures Tiago took last month. It’s funny to see what was going on when I was stuck at home working. I wonder who was the owner of those shoes? Rodrigo’s nose was dirty… But my point is: I love stripes. And red and blue look great together!
(photos: © Constança Cabral)

Blog Love

Há uns meses deixei de ter blogroll (aquela lista dos blogs que sigo). A verdade é que muitos dos links já estavam desactualizados e hoje em dia (leia-se: desde que tenho o Rodrigo) passo muito menos tempo na internet. Mas continuo a ler alguns blogs e, curiosamente, dois dos meus preferidos são blogs que leio há 6 ou 7 anos, blogs que me entusiasmaram desde o início, que fizeram com que eu quisesse fazer parte desta comunidade online, e blogs com os quais me continuo a identificar. São blogs serenos, inspiradores e muito humanos. Estou a referir-me ao Soulemama e ao Posy gets Cozy. Acompanho a vida destas duas mulheres, entro em casa delas, assisto ao nascimento de filhos, espanto-me com conquistas do dia-a-dia, pasmo com a maneira como mostram a natureza que as rodeia, delicio-me com as caras dos seus bebés. Sinto-me em sintonia com elas e gosto da maneira como encaram o mundo. 
Há blogs para todos os gostos. Eu prefiro aqueles que transmitem coisas boas e que me fazem querer ser uma pessoa melhor.
E vocês, quais são os vossos blogs de eleição?

Some months ago I deleted my blogroll (that list of blogs I follow). Truth is, many of those links weren’t working anymore and nowadays (i.e. since Rodrigo was born) I spend less time on the internet. But I still enjoy reading blogs and, interestingly enough, two of my favourite blogs are blogs I’ve been reading for 6 or 7 years. They’ve proved to be exciting to me from the start, they’ve made me want to be a part of this online community and I still identify myself with them. They are serene, inspiring and profoundly human. I’m talking about Soulemama and Posy gets Cozy. I’ve been following the lives of these two women for years, they’ve invited me into their homes, I’ve witnessed the birth of their children, I’m in awe of their daily conquests, I’m amazed at the way they portray nature, I delight in their babies’ faces. I feel in sync with them and I like the way they envisage the world.

There is a blog for every possible taste. I prefer those that convey good feelings and that make me want to be a better person.

What about you, what are your favourite blogs?

(photos: © Amanda Blake Soule & Alicia Paulson)

Roupa de Criança :: Children’s Clothes

Roupa infantil é algo que me entusiasma. Há mães que não ligam nenhuma e que só querem é roupa prática, outras que são obcecadas e que gastam rios de dinheiro em toilettes todas as estações. Eu sou assim para o médio mais. Não me é indiferente aquilo que o Rodrigo veste por muitas razões: quero que ele tenha roupa confortável, com bons materiais e bem feita, e gosto que ele ande giro! Mas isto não significa que ele seja a montra do meu gosto, até porque 1- como não vivo em Portugal não tenho acesso fácil à roupa que por lá se vende (apesar de recebermos uns pacotes das avós de vez em quando); 2- sou incapaz de perder a cabeça com peças que só vão ser vestidas durante uns meses. Conclusão: as minhas decisões encontram-se bastante condicionadas. E como não tenho feito nem um décimo das coisas que tinha planeado para ele…

Mas a que propósito surge este post de hoje? É que, num livro infantil dos anos 60 (What Can We Do with Blocks?, 1964, Wonder Books, Inc), encontrei umas ilustrações que mostram precisamente o estilo de roupa que adoro. Arranjadinha q.b., com cores vivas, linhas simples e pormenores frescos. Clássica (o que para mim significa cortes  intemporais, e não propriamente príncipes quinhentistas). Rapazes de jardineiras e camisolas às riscas, calções e meias até ao joelho, camisolas de lã com torcidos e suspensórios. Raparigas com vestidos e sabrinas, calções e túnicas, e também de calças e jardineiras, pois claro. Nada de muitas rendinhas e franzidos. Uns dias mais clássicos, outros dias mais modernaços, mas sempre relativamente sóbrios. E descontraídos!
E vocês, conseguem encontram com facilidade peças de roupa infantil que sejam precisamente o vosso género? Eu confesso que estou a compilar uma lista mental de coisas que gostaria de encontrar à venda… Falem-me sobre as vossas preferências!

I love children’s clothing. Although I’m not obsessed, I’m also not indifferent to it — I admit it’s a subject that gets me really excited. Some mothers just want practical pieces that they don’t have to iron or be too precious about; others spend a fortune on elaborate outfits every season. I think I’m somewhere in between: I care about what Rodrigo wears because I want him to have nice quality clothes that are comfortable and that make him look cute! But he’s not a true reflection of my taste because: 1- I am very much inclined to the Portuguese and Spanish style but since I’m living so far away from the Iberian peninsula, I can’t really buy those clothes (although we do get sent the occasional box of clothes by both grannies); 2- I am on a budget; 3- I have lots of plans to sew clothes for him but I never seem to find the time or inclination to just do it. Must work on that!

But why this post today? Well, I found a children’s book from the sixties (What Can We Do with Blocks?, 1964, Wonder Books, Inc) that shows exactly the kind of kids’ clothes that I love. A little bit classic, a little bit preppy, with vivid colours, clean lines and fresh details. Boys in dungarees and striped t-shirts, shorts and knee high socks, cabled jerseys and braces. Girls in dresses and ballet flats, shorts and tunics, and of course trousers and dungarees as well. I’m not too keen on lots of gathers and frills and lace. I like classic with a modern twist — sober but relaxed at the same time.

What about you, can you easily find exactly the type of clothing you like? I must admit I’m compiling a mental list of things I’d love to find in shops… Do tell me about your tastes in children’s clothing!

(photos: ©Constança Cabral)

Bonne Maman

É interessante estudar marcas que sabem bem quem são e que projectam uma imagem forte e imediatamente reconhecível. Hoje deparei-me com alguns anúncios da marca francesa Bonne Maman num dos meus dossiers de inspiração. Antes de ter começado a fazer as minhas próprias conservas, comprava doces Bonne Maman e, no momento em que retirava o frasco da prateleira do supermercado, várias vezes me perguntei a razão pela qual escolhia esta marca em detrimento de outras. As compotas em si são boas, mas há outras marcas que fazem excelentes doces. A razão pela qual comprava sempre Bonne Maman prendia-se com os frascos de vidro facetado e as tampas aos quadrados. Eu sabia que teria gosto em reutilizar estes frascos vezes sem conta, fosse para guardar fermento, paus de canela ou  botões. Essa mesma estética intemporal e campestre dos frascos é bem evidente nestas três imagens publicitárias: as crianças remetem-nos para a nossa própria infância, despreocupada e livre, os quadrados encarnados e brancos (ou azuis e brancos) aparecem a forrar o armário da primeira fotografia e como panos da loiça no cesto da fruta ou pendurados no fogão. As cores são tipicamente francesas (sempre estes amarelos e azuis acinzentados), os móveis são honestos e quase que sentimos o cheiro a bolos na cozinha. Não, este post não foi patrocinado pela Bonne Maman! Apeteceu-me apenas reflectir um pouco sobre o que torna uma marca apetecível e reconhecível — nesta era de empreendorismo e micro-empresas, temos todos muito a aprender com quem claramente sabe o que está a fazer.
It’s interesting to study brands that know who they are and that project a strong image that’s immediately recognisable. Today I came across some Bonne Maman ads in one of my inspiration files. Before I started making my own preserves I would buy Bonne Maman jams and many times, when facing the supermarket shelf, I would ask myself why I chose this particular brand in detriment of others. I mean, the jam is good but there are plenty of other companies that make excellent jam. The reason why I always went for Bonne Maman was because of the facetted glass and the gingham lids. I knew it would give me pleasure to reuse the jars over and over again to store baking powder, cinnamon sticks or buttons. That same timeless, country style look is evident in these three ads: the children take us back to our own childhood, so careless and full of freedom, the gingham pattern is used inside the kitchen cupboard and in tea towels (lining the fruit basket or hanging on the cooker). The colours are tipically French (always those yellows and greyish blues), the furniture is unpretentious and you can almost smell cakes baking in the oven. No, this post isn’t sponsored by Bonne Maman! I just wanted to pause for a minute and think of what makes a brand desirable and recognisable — in this era of entrepreneurship and micro-businesses, I think we can all learn from the companies that clearly know what they’re doing.


(photos: Bonne Maman ads)

Fresh Arrangements @ Anthropologie

Uma das vantagens de viver nas Midlands é de vez em quando poder ir passar o dia a Londres. No sábado passado o Tiago e eu metemo-nos no comboio e duas horas mais tarde tínhamos chegado à capital. Passámos a manhã na zona de Spitalfields e Brick Lane e à tarde fomos ver as demonstrações de arranjos florais na Anthropologie de King’s Road. Ir a qualquer Anthropologie é sempre extraordinário porque, como comentou o Tiago, eles não vendem apenas produtos, vendem toda uma experiência. Esta demonstração floral foi levado a cabo pela The Real Flower Company e, na meia-hora que lá estivemos, vimos fazer um ramo com rosas, alecrim, menta, sálvia, jasmim e eucalipto, assim como um pequeno centro de mesa com rosas, alfazema, ervilhas-de-cheiro e jasmim. Fiquei completamente rendida àquela jarra horizontal e o Tiago ofereceu-ma! Mas o que mais nos impressionou, para além da variedade de cores e formas, foi o incrível e potentíssimo aroma de todas as flores.

One of the advantages of living in the Midlands is how easy it is to go to London for the day. Last Saturday Tiago and I took the train and two hours later we had arrived in the capital city. We spent the morning in Spitalfields and Brick Lane and in the afternoon we went to the floral demonstrations in the King’s Road branch of Anthropologie. Visiting any Anthropologie never fails to impress because, as Tiago said, they don’t just sell clothes, they sell a whole experience. This floral demonstration was performed by The Real Flower Company and in the 30 minutes we stood there watching we saw how to make a hand-tied bouquet with roses, rosemary, mint, sage, jasmine and eucalyptus and a small table centre with roses, lavender, sweet peas and jasmine. I absolutely loved that horizontal vase and Tiago bought it for me! But what struck us the most, in addition to all the colours and forms, was the amazing, pungent scent of all the flowers. 

(photos: Tiago Cabral)

Inspiração de Fim-de-semana :: Weekend Inspiration

Dizer que a inspiração está em todo o lado é um cliché, bem sei, mas a verdade é que basta andar de olhos abertos para reparar em pormenores que nos transportam para boas ideias e possíveis projectos. Já aqui falei nos méritos de Sudbury Hall — sempre que lá vou, vejo coisas novas. No sábado passado notei especialmente as conjugações de cores nos retratos a óleo e os embutidos de flores numa mesa.
Saying that inspiration is everywhere is a cliché, I know, but truth is you only have to walk around with your eyes wide open to notice details that will transport you to good ideas and potential projects. I’ve already written about the merits of Sudbury Hall — whenever I go there I see new things. Last Saturday I paid special attention to colour combinations in oil paintings and flowers inlaid in a table.

(photos: Tiago Cabral)