Há dois anos fiz marmelada pela primeira vez. No ano passado não consegui encontrar marmelos (foi um ano terrível em termos de fruta — e de clima — em Inglaterra). Este ano, o meu entusiasmo foi tão grande quando vi marmelos à venda no mercado que o dono da banca até meteu conversa comigo.
Cheguei a casa com quase 4 quilos de marmelos e pus-me a testar as duas receitas de marmelada do Pantagruel. Para fazer marmelada “branca” (a que fiz há dois anos — receita aqui), cozem-se os marmelos inteiros e só depois de cozidos é que descascam e descaroçam usando uma faca de madeira (supostamente é o metal que faz com que os marmelos fiquem escuros… mas depois a receita diz para passar a polpa pelo passe-vite… que também é de metal!). No caso da marmelada “vermelha”, descasca-se e descaroça-se a fruta antes de ser cozida.
Fui partilhando o processo no Instagram e percebi que a maior parte das pessoas prefere a marmelada escura — tem graça que eu acho a clara mais bonita. Mas isso não interessa nada, até porque sabem qual foi a diferença entre as minhas duas marmeladas (feitas com métodos diferentes)? Absolutamente nenhuma. Eu que achava que ia poder mostrar-vos fotografias com marmeladas de tons diferentes… nada disso. A minha marmelada fica sempre da mesma cor! E eu que, quando fiz a dita marmelada “vermelha”, até cortei os marmelos em bocados pequenos para que houvesse uma maior superfície de oxidação (“superfície de oxidação”… estarei a levar isto demasiado a sério?!).
Já alguma de vocês experimentou os dois métodos e obteve resultados diferentes?
Na fotografia, a marmelada “vermelha” é a que aparece rodeada de maçãs; todas as outras foram feitas com a receita de marmelada “branca”. Mas, como podem ver, a cor é absolutamente a mesma…
Two years ago I made quince paste for the first time (should I call it quince paste or quince cheese?). Last year I couldn’t find quinces for sale as it was a terrible year for Britain as far as fruit was concerned. This year I was very excited to see quinces for sale in my local farmers’ market!
I arrived home with nearly 4 kgs of quinces and decided to test the two classic Portuguese recipes for quince cheese. One is called “white quince cheese” (recipe here) and produces a relatively light-coloured paste, while the other goes by the name of “red quince paste” and yields a dark, almost burgundy, preserve. The white paste is seen as more refined, while the red one is your average Portuguese quince cheese, the one you spend your childhood eating (either paired with hard cheese, or on toast, or cut into squares that are then rolled in granulated white sugar).
To make the white paste you first boil the quinces and only then do you peel and core them using a wooden knife (as the metal will supposedly make them go dark… but then the recipe tells you to use a mouli… uhm). When you make the red paste you peel and core the quinces while they’re still raw.
I shared some of the process on Instagram and came to the conclusion that most people like the dark quince cheese better — interestingly enough, I prefer the lighter version. But that’s irrelevant to this story because my quince cheese gets the exact same colour regardless of the recipe I use! I thought I’d be able to show you a nice picture with two toned quince cheeses… oh no. And I put so much effort into making the “red” paste really dark… I even cut the quinces in small pieces so they’d have a greater oxidation surface (“oxidation surface”?? just listen to me… I wonder if I’m taking this too seriously?!).
Have any of you ever tried the different methods? Did you achieve different colours?
In the above picture the so-called “red” quince paste is the one that’s surrounded by crab apples. As you can see, the colour is no different from the other specimens.
(photos: Tiago Cabral)






















